segunda-feira, 15 de outubro de 2012



Minha Caminhada na Educação Inclusiva: Como tudo começou

            Trabalho na Escola Estadual Severino Farias, hoje EREM Severino Farias (Escola de Referência em Ensino Médio Severino Farias) que já oferece salas de Educação Especial para aluno surdos desde o ano de 1987, a aproximadamente 22 anos. A inclusão social na escola surgiu de uma situação em que a teoria e prática pedagógicas não estavam se harmonizando bem com a realidade de alguns alunos.
Visando equacionar esse problema, se adequar as necessidades do corpo discente e ao que diz a LDB, que em um dos seus artigos ressalta a inclusão social, na qual está contida a inclusão das pessoas com necessidades especiais. O MEC (Ministério de Educação e Cultura) por intermédio da Secretaria de Educação Especial dá suporte com uma política que visa à inclusão das crianças especiais e com dificuldades impondo a inclusão sem limites. Vale ressaltar que apesar da legislação sobre a temática em foco, sabemos que muitos direitos só existem na teoria, pois na prática essa integração das pessoas com limitações precisa de avanços para se fortalecer cada vez mais.
Para melhor atender aos alunos surdos em sala de aula regular, no ano  de 2005 foi iniciado um trabalho de inclusão, integrando um  grupo de aproximadamente 12 alunos com deficiência auditiva  numa turma de 5ª série, com o auxílio de uma interprete, facilitando assim  o processo educativo. Foi nesse momento como professora de História e Geografia dessa turma e de outra 5ª série com uma aluna cega, também lecionando as mesmas disciplinas que tudo começou. Era uma situação muito nova, daí me coloquei numa posição de parceira no sentido de buscar meios que possibilitassem a adaptação das minhas aulas para incluir esses alunos diferentes que agora estavam em minhas mãos e que passei a ser co-responsável pela aprendizagem dos mesmos. Comecei a receber por parte de determinadas pessoas da própria escola e de equipe da Regional, por ocasião de uma visita a minha sala de aula, alguns elogios pela prática pedagógica que estava desenvolvendo com esses alunos. Acho que essa aceitação deve-se ao fato de  tratar todos de forma respeitosa, independente de sua condição física,intelectual, econômica, racial e social.
No ano seguinte, diante das necessidades da referida escola, fui convidada a atuar diretamente na Educação Especial, na SAEE (Sala de Atendimento Educacional Especializado), com a função de atender e adaptar material para os alunos cegos matriculados na escola e da comunidade. Aceite o desafio com certo receio, visto que não sabia nada de Braille nem de Tiflologia, mas como educadora gosto de desafios e, sobretudo sou responsável no que mim disponho a fazer. E não é que me identifique com esse trabalho!
            A partir de fevereiro de 2006, passei a desempenhar a função do AEE e buscar o conhecimento básico para realização do trabalho, uma vez que me deparei com alunos de 5ª e 6ª séries, que precisavam desse atendimento. Tive minhas primeiras noções de Braille com os próprios alunos, nos momentos do intervalo e esporadicamente em alguns horários vagos, enquanto aguardava oportunidade de fazer curso na área.  Passei a desenvolver suporte aos alunos cegos, realizando a adaptação de material pedagógico necessários para efetivação do ensino e aprendizagem. Também desenvolvendo atividades de vida diária, orientação e mobilidade entre outras, visando contribuir para a formação integral do nosso aluno e exercício pleno da cidadania.
Visando o respeito e valorização das diferenças como condição humana, procuro propiciar a construção junto com os professores e equipe técnica-administrativa, de procedimentos avaliativos, alternativas pedagógicas, recursos pedagógicos adaptados que visem os diferentes níveis de compreensão e desempenho dos alunos com deficiência.
Arleide Santos de Amorim.
           








Informática na Educação Inclusiva

Na sociedade contemporânea, atuar efetivamente no processo educacional de forma atrativa e eficaz tem sido um grande desafio para nós educadores, não só na Educação especial, mas em toda modalidade de Ensino. Para enfrentar o problema da falta de motivação que dificulta o processo Ensino Aprendizagem, a Internet tem se torado uma grande aliada, visto que, é uma ferramenta da Informática que traz informações atualizadas de forma rápida, despertando o interesse do estudante, por oferecer ao ser humano condições de pensar, pesquisar, escrever, copiar, colar, entre outras, ao mesmo tempo.
 Educação brasileira precisa estar conectada com o conhecimento universal e estar atenta as mudanças locais e globais que ocorrem na economia, na educação, na saúde, na tecnologia, etc., que tem vislumbrado na Internet uma saída em busca de recursos para o desenvolvimento da aprendizagem. Percebe-se que, muitas vezes há um descompasso entre o que aprendemos na escola e o que realmente necessitamos na vida, gerando o gargalo da repetência e evasão escolar que engrossa as estatísticas negativas no cenário educacional brasileiro.
A informática é um instrumento contemporâneo de aprendizagem que
pode ajudar na construção do conhecimento de muitas áreas, sendo também
uma das linguagens mais importantes para a inserção no mundo do trabalho. Vários pesquisadores preocupam-se com a lacuna que pode vir a existir entre aqueles que dominam a informática e aqueles que não têm acesso. Ao docente compete buscar conhecimentos, pois trabalha com seres humanos que precisam ser inseridos no diálogo entre escola e vida. Ao referir-se à informática educacional FREIRE citado por CAMARGO e BELLINI (1995, p.11), salientou que “’A tecnologia é maravilhosa. Mas é preciso que ela chegue à escola pública, senão as diferenças sociais vão se aprofundar.” Na educação contemporânea, busca-se que a parceria com a informática transponha os limites do ensino convencional, rompendo paradigmas. A tecnologia da informática é um segmento que está em constante modificação e Atrai profissionais ligados à pesquisa, pois se mostra ao mesmo tempo: prática, Complexa e também em constante transformação.
            CAMARGO e BELLINI (1995, p. 10) apontam que “O computador
não melhora o ensino apenas por estar ali. A informatização de uma escola só
dará bons resultados se conduzida por professores que saibam exatamente o
que querem”. É necessário estender a tecnologia educacional para além dos
suportes materiais. O docente deve conhecer e dominar os procedimentos da
tecnologia que deseja colocar em ação, sendo o currículo, as disciplinas,
tecnologias organizadoras do conhecimento construído pela sociedade.
Segundo Camargo e Bellini, a mediação do computador pode produzir os seguintes benefícios:    
*Simulações: Estão entre os mais interessantes usos da informática na educação. Estes softwares permitem estudar conteúdos difíceis de demonstrar com giz e palavras como (...) reações bioquímicas.
Benefícios: as simulações expandem o universo do aluno. Permitem o tratamento de conceitos complexos abstratos.
*Apoio: Existem softwares (programas) que, embora não tenham sido
desenvolvidos para a educação, podem ser úteis. São editores de texto
(que transformam os micros em máquinas de escrever muito mais
versáteis) e planilhas (para fazer tabelas e cálculos). Benefícios:
permitem a elaboração de relatórios e de textos...

*Jogos: Os jogos têm estreita ligação com o lazer e a descontração.
Mas podem ser muito instrutivos em sala de aula. Alguns jogos
favorecem atividades multidisciplinares e permitem exercícios
paralelos, pois vêm com material de apoio para trabalho em sala.

Benefícios: são muito motivadores e servem para quebrar resistência
às novas tecnologias.

*Logo: Especialmente criada para o ensino, o Logo é uma linguagem
Matemática muito simples desenvolvida segundo preceitos do
construtivismo. Com esta linguagem, os alunos aprendem a
desenvolver seus próprios programas. O trabalho com o Logo exige o
treinamento constante dos professores. Muitas escolas o abandonaram
por outros softwares.

*Telemática: Um dos usos mais promissores da informática. Os sinais
elétricos do computador são transformados em sinais digitais e
enviados à distância – como um telefonema. (...) laboratório da NASA,
sem sair da escola.

Benefícios: troca de experiências, acesso a informações remotas.

*Enciclopédias: A informática mudou as enciclopédias. Especialmente
as que vêm gravadas em CD-ROM. Nelas, podem-se ver algumas
imagens que têm movimento ou comparar versões sonoras sobre um
mesmo tema, como ouvir um soneto de Shakespeare recitado por
vários atores.

Benefícios: informações mais completas e atraentes do
que as enciclopédias de papel.

Além de saber como se beneficiar da internet na organização de seu trabalho pedagógico no sentido de utilizá-la como uma ferramenta inovadora que lhe permitirá formas de abordar determinados conteúdos inimagináveis antes, por oferecer o audiovisual com interatividade, o professor deve orientar as atividades, auxiliar na organização, contextualização e reflexão sobre as informações buscando ampliar o conhecimento do educando.
            Nós docentes, muitas vezes despreparados para manusear as ferramentas da TIC, (Tecnologia da Informação e Comunicação) desprezamos e até ignoramos o potencial desse recurso no processo educacional, quando na realidade precisamos mesmo é buscar construir os conhecimentos necessários para utilização do mesmo de acordo com cada momento e situação didática nas nossas aulas, sem a pretensão de que as inovações tecnológicas ofereçam a aprendizagem pronta.  

Arleide S. Amorim